quinta-feira, 24 de maio de 2012

domingo, 20 de maio de 2012

Passeio de 19 de Maio - Cepelos, Aroes

Mais um passeio inédito. Nos 80 km apanhei vento frio, chuva, granizo e sol. Um teste à resistência física e mental :)
Quando ia a  subir de Arões para a Freita apanhei granizo. Acabei por chegar ao cimo em sprint contra o tempo (literalmente). Depois de mais uns km, veio a chuva e vento frio. As rajadas de vento não me deixavam aumentar a velocidade. Na altura nem sentia os dedos.
Apesar de tudo considero que tive sorte pois não apanhei com muita chuva. Já tinha ch0vido imenso antes de eu passar. Se assim não fosse teria sido muito pior.
No final dos 80 km estava ainda em boa forma, com energia para mais uns quilómetros. Fiz este passeio em 3h30, nas calmas e sem empeno de maior.


Fotos:









 





segunda-feira, 14 de maio de 2012

Destino: Candal. Cronica de um passeio surreal

Começando pelo início, devo dizer que me levantei pelas nove e meia e, às 10 horas, estava de partida. Este passeio a Candal estava planeado há uma semana, com o percurso escolhido com ajuda do googlemaps.
Seria assim:


Ver mapa maior

Bebi um batido de banana com yogurte, pego em 3 barritas Pingo-Doce, uma banana, dois bidões de água e lá vou eu.
Quando acordei estava um pouco indisposto, mas não era mais que um ligeiro incómodo, que relevei sem hesitação.
Lanço-me à estrada e sinto-me bem, cheio de energia. sigo na direcção de Carregosa, onde fiz uma rápida paragem para afinar os cleats e siga para a Freita.

 
Saida de SJM



Subida para Chão de Ave



A subida para Chão de Ave decorreu sem novidades. A esta hora o trânsito não era muito.


 Inicio da subida para a Freita.

Cruzamento com um ciclista que já vinha a descer da Freita... Hoje cruzei-me várias vezes com ciclistas, solitários e em grupos. 

 Aqui começa o final da subida à Freita. Para mim é a parte mais dura.
 Enfrentei a subida com tranquilidade. A meio desta recta encontrei um companheiro com um equipamento idêntico ao meu, embora na versão "pro", que me dirigiu umas palavras de incentivo. A ele os meus agradecimentos.
Um pouco antes do final comecei a sentir-me um pouco enjoado, com as pulsações a subirem acima do recomendável. Estava a sentir na boca o batido que bebi de manhã. Acho que não deve ser o alimento ideal quando se vai fazer em menos de uma hora tanto esforço. Achei melhor parar e aproveitar para tirar umas fotos. Calhou bem porque recebi nesse mesmo instante um telefonema da minha filha.

Após uns minutos de repouso tentei voltar à estrada, mas a má disposição não passava e estava a ficar aborrecido, para além de cansado. Como a subida é íngreme, apesar de não parecer, encaixo um sapato e o outro escorrega. Dou mais uma pedalada, mas enquanto vai e não vai, cai, não cai... pumba no chão.


O dia começava a correr mal...

Andei uns metros com a bicicleta à mão, atravessei-a na estrada e lá tentei montar novamente. Desta vez consegui.
Mesmo curta, a subida até final foi feita com dificuldade. Continuava mal disposto. E o calor que se fazia sentir, em pleno meio-dia também não ajudava nada. Quando finalmente atingi o plano sentia-me cansado e sonolento. Achei que um repouso à fresca iria saber bem. Pensei em desviar-me um pouco da estrada principal e procurar refugio na Sra. da Lage. meti pelo caminho em pavê, mas ao fim de poucos metros vi que um grupo de bttistas estava a ocupar o lugar. Dei a volta e continuei para o parque de campismo.

Quando cheguei ao parque havia muita animação no local. Eram escuteiros a montar tendas, pessoal a cozinhar na parte de cima da estrada e até havia umas fitas vermelha no cruzamento, a delimitar o bico de monte entre as duas estradas, com os dizeres: " Zona perigosa". Achei estranho porque não havia nada de perigoso, mas já nada me espanta.

Como não encontrei ali local aprazível e sossegado para repousar, continuei mais uma vez viagem. Acabei por parar a seguir a outro local de churrascadas e tainas.





No local passava um pequeno regato, onde aproveitei para retirar o salitre da minha pele e refrescar-me abundantemente.

Aproveitei para atacar uma banana e numa barrita, que foi o meu almoço, pois já eram cerca de 13 horas.

Estive parado uma meia hora, e só não dormi a sesta porque não tinha manta. Mas seria uma delícia.

Nesta altura já não me sentia tão indisposto e meti pernas ao caminho. Na verdade, sempre que apanhava um subida mas íngreme e tinha de fazer força no abdómen, lá vinha o mau estar no estômago. Isto foi uma constante ao longo do passeio, pelo que nem vale a pena voltar a mencionar. Vamos é falar de coisas bonitas, uma alegria para os nossos olhos.




A partir deste ponto tudo é novidade para mim.
Estranhei tanta afluência à Freita, num sábado. É fitas por todo o lado, motos de cross, jipes, piqueniques, etc...

Continuei para Candal...








Ao fundo vê-se o mesmo marco que vi quando passei na Mizarela (noutro passeio)




As imagens falam por si... estava deslumbrado com tanta beleza





Agora começa a descer... e por experiência, quando desce muito... sobe muito. Além disso estava pasmado com tanto trânsito e pessoal espalhado pela encosta. Parecia a Serra da Estrela, na volta a Portugal em bicicleta.

 Não parece, mas a descida não é brincadeira.


E agora, para que lado fica Candal?


Um GNR no meio do nada? Ele não sabia para onde ficava Candal, mas sabia qual o motivo de tanta animação.
Virei à direita, que era a direcção que mais se assemelhava ao mapa que tinha feito.
Eis o que encontrei:








Acho que foi Deus quem me guiou. Aqui está a freguesia de Candal. E com ela descobri também um percurso para chegar a S. Macário...
Ainda hesitei, mas valeu o bom-senso. Enquanto tirava estas fotos chega um tractorista e uma máquina com báscula para encher a carroça do tractor.

Decidi perguntar ao tractorista qual o melhor caminho para chegar a Mizarela, por Salgueiro. Ele disse-me que tinha de voltar atrás e virar à esquerda na próxima estrada. Eu tinha passado por ela, e vi a placa, mas tinha aspecto um pouco degradado e era a subir...

Lá recebi as instruções e o homem foi-se embora, já com a carroça cheia. Entretanto questionei o jovem que tripulava a outra máquina, que me disse que a estrada estava em muito mau estado, mesmo para uma bicicleta... E que subia imenso. (!)...

Comecei a pensar em alternativas. E perguntei se podia ir para Arouca seguindo a placa que se vê na foto.
-Ele disse-me que por aí não ía longe. Só dava para um cafe, e esse era o único interesse de quem quisesse ir para lá. O melhor era voltar atrás que depois era sempre a descer até Arouca! Isto foi música para os meus ouvidos.

Decidi então voltar atrás, passando pelo local onde vi o GNR e seguindo em frente.

Parecia fácil!

Parecia... Apanhei logo com uma subida que me levou quase às 190 ppm. A sorte foi que era curta (uns 50 m) senão não chega ao topo. E também não podia dar parte fraca, porque o jovem ainda estava lá no fundo e via-me...

Regressei então pelo mesmo caminho e descubro o motivo de tanta animação:




Estava a decorrer uma prova de rally na Freita. Aqui era um local de controlo.
Aproveitei para descansar e ver as máquinas...




 Boas máquinas, diga-se...

Estive parado cerca de 45m a 1h. Por muito que custasse, tinha de continuar viagem. Ainda deu para rir um pouco, quando eu virei para baixo só para encaixar os pedais, e o GNR julgava que ía virar para outra estrada e estava a dizer-me que não podia ir por lá. Eu disse-lhe que não era por essa que queria ir e o pessoal na brincadeira a dizer que eu só queria ganhar lanço. :)

Meto pela subida acima, rumo a Arouca.




A partir deste ponto foi descer, descer... Ahhhhh, desceeerrrrr, hummmm, que bom...  descer até Arouca.
Mas não tenho palavras para descrever tanta beleza. Fiquei embriagado, bêbado, drogado. Agarrem-me!... Só digo que é um espectáculo divinal dado pela natureza. Aqui não há silicone. 









E assim extasiado entro em Arouca:





Em Rossas (saída de Arouca) paro numa pastelaria conhecida para beber um sumo e comer uma nata, enquanto a minha bike namora uma casal boss...


Estava ainda longe de casa... Esta foto abaixo mostra uma das minhas melhores compras. Estas luvas "Berg" com gel. Por 12 euros é qualquer coisa fenomenal.


Depois da curta paragem, meto novamente rodas à estrada. Nesta altura tinha os bidões vazios, mas tinha a ideia que havia fontanários pelo caminho, cheios de água fresquinha...
 




 O tanas é que havia. Eu cheio de sede, com imenso calor e nem uma reles fonte... A solução foi colher água de uma das várias cascatas improvisadas que encontrei pelo caminho.

 Aqui já me sentia perto de casa. Tinha passado Chão de Ave e descia (e subia) para Carregosa... cada vez mais perto de casa. Ufff, ufff, uuuffff...

Estava a chegar a S. João, entretido na monotonia de rolar a uns 30 km/h quando sai da minha roda um ciclista que nem se deu ao trabalho de cumprimentar... E ainda por cima deve morar para os meus lados porque não o perdi de vista até ao topo da Av.do Brasil, muito próximo da minha casa...


Mais um bom  conjunto, que eu reconheço valor: sapatos mavic e meias do lidl com microfibras, para desporto, mas sem serem específicas para ciclismo. Boas e baratas.

E assim foi esta minha aventura. No final senti-me como se tivesse feito algo de heróico. Não foi fácil. Sofri e tive prazer ao mesmo tempo. Não sei se tinha coragem de entrar noutra igual, sabendo o que me esperava.  Mas assim, às escuras, é fé em Deus e vamos para a frente.

Dados da volta:
Saí às 10h e regressei às 18h. A pedalar foram 5h21m, 92 Km, com uma média de 17 Km/h.