Para lá custou pouco, mesmo a bom ritmo. Alguma companhia ocasional e um dia de sol relaxante.
Comi qualquer coisa na tasquinha do costume e meti pés ao caminho.
Logo à saída de S. Jacinto começou a levantar-se uma ventania tal que tinha de ir inclinado para conseguir andar a direito. Ao passar pela Torreira já o vento tinha amainado um pouco e lá segui para Ovar. Ainda pensei virar para Estarreja, mas já me sentia um pouco cansado, pelo que não arrisquei.
Na travessia da passagem de nível segui a par com uma turista de mochila às costas, com tachos e panelas ao dependuro, acompanhada de uma linda cadela que raça que desconheço. A rapariga tinha aquele tom de pele moreno dos sem-abrigo, com o cabelo um pouco empastelado, mas que se justifica (um pouco) pelo campismo e caminhadas longas. Ainda lancei um olhar atento à cadela para ver se passava fome, mas pareceu-me bem tratada.
Daqui para a frente foi um desespero. Nunca imaginei que me custasse tanto regressar a casa. Estava de rastos e mesmo devagar as pulsações estavam altas. Não sei se foi desidratação, falta de alimento ou cansaço, mas fiquei surpreendido com a falta de rendimento.
Numas das pontes por cima das AE fui ultrapassado por um ciclista com uma Trek que até me perguntou se estava tudo ok (!). Disse que sim e lá continuei no meu ritmo. E assim cheguei a casa...
Distância: 80km
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